Parece que os brasileiros se renderam a outros investimentos além da poupança. O país registrou recorde de investidores na Bolsa e Tesouro Direto no início deste ano.
Uma pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) pode explicar esse movimento.
Segundo o levantamento, 56% dos brasileiros tinham interesse em poupar para investir neste ano.
No entanto, os números ainda são baixos.
Um relatório de 2018 do Fundo Monetário Internacional (FMI) coloca o Brasil como o segundo pior país em taxa de poupança per capita da América do Sul.
A relação entre PIB e recursos investidos aqui é de 14,6%, à frente apenas da Venezuela, com índice de 13,1%.
O país que lidera o ranking é o Equador, com 24,7%, seguido pelo Paraguai, com 22,6%.
Recorde de investidores na Bolsa
O número de investidores brasileiros na Bolsa aumentou em março deste ano.
De acordo com a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o número de pessoas físicas operando ações passou de 919.403 em fevereiro para 982.721 em março.
Os homens seguem como a maioria entre os investidores brasileiros e representam 76,34% do total (ou 769.042).
Esse número é superior ao registrado no mês de fevereiro, onde os homens eram 717.530 e, no entanto, representavam 78,04% das pessoas físicas que atuavam no mercado.
As mulheres ainda são o menor número e agora diminuíram sua participação no mercado.
No mês anterior, elas representavam 21,96% do total de investidores, e em março, passaram a ser apenas 21,21%.
Dessa forma, saíram das 201.873 pessoas físicas em fevereiro para 213.679 em março.
Juntos, homens e mulheres detém 97,55% de representatividade no formato de investimento, enquanto pessoas jurídicas completam os 2,45% restantes.
O sexo feminino teve sua maior atuação na Bolsa em 2012, quando representou 25,30% dos investidores.
Entretanto, após essa marca, a taxa de investidoras passou a cair.
No mês de março, a B3 recebeu 63.318 novos investidores. Mulheres somaram uma alta de 11.806 novas investidoras, enquanto homens cresceram em 51.512.
Tesouro Direto alcança mais de 3 milhões de investidores
Cerca de 1,28 milhão de investidores se cadastraram no Tesouro Direto em 2018. Os dados são do Tesouro Nacional.
Isso representa uma média de 106.709 novos cadastros por mês. Com as adesões, são 3.113.296 pessoas investindo no programa, o que representa um recorde histórico.
O número de investidores ativos chegou a 786.318 pessoas, com 220.560 novas adesões (equivalente a 18.380 novos aplicadores em média por mês, também recorde histórico).
Somente em dezembro do ano passado, foram 141.110 novos investidores, um crescimento de 4,75% na comparação com novembro.
Também no último mês de 2018, 34.224 investidores tornaram-se ativos, ou seja, passaram a ter saldo em aplicações no Tesouro Direto, maior alta mensal da série histórica.
Outra marca histórica registrada para o ano foi o número total de operações em Títulos do Tesouro Direto: total de 2,68 milhões, com uma média mensal de 224 mil.
Apenas em dezembro, foram 333.858 operações, somando um total de R$ 1,88 bilhão, contra R$ 1,09 bilhão em resgates.
Assim, a venda líquida do mês ficou em R$ 790,35 milhões.
A maior parte das operações de investimento (63,13%, recorde histórico) foi de até R$ 1 mil.
O valor médio no mês foi de R$ 5.638,97, o mais baixo desde julho, o que evidencia a acessibilidade do programa a pequenos investidores.
Mais da metade dos brasileiros não investe em nada
Apesar do recorde de investidores, mais da metade dos brasileiros não investe em nada. É o que aponta uma pesquisa encomendada pela Anbima.
De acordo com o levantamento, mais da metade da população (57%) das classes A, B e C não investe em nenhum tipo de aplicação nem na poupança.
E pior: 44% sequer pretende começar a poupar neste ano.
No entanto, na avaliação da Anbima, o suposto conhecimento do brasileiro sobre ações está ligado ao fato de que elas estão muito presentes no noticiário.
As ações foram citadas espontaneamente como um tipo de investimento por 11% dos entrevistados.
Portanto, perdendo apenas para a poupança, que teve 32% das respostas espontâneas.
Na sequência, aparecem:
– Fundos de investimento – 9%;
– Tesouro Direto – 8%;
– Títulos privados – 7%;
– Imóveis – 6%;
– Previdência privada – 3%;
– Títulos de capitalização – 3%;
– Moedas digitais – 2%.
A compra ou a quitação do imóvel próprio é o principal objetivo do retorno das aplicações financeiras do investidor brasileiro.
Em seguida, aparecem a opção de guardar para emergências (11%) e comprar carro, motocicleta ou caminhão (10%).
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