O coronavírus foi declarado como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS). E o fator viagem tem deixado muitos brasileiros apreensivos.
Afinal, a orientação médica é evitar viajar sempre que puder. Principalmente para países em que o coronavírus está muito presente, como a China e a Itália.
Essa recomendação vale para todos, principalmente, para pessoas com idade mais avançada. Afinal, a mortalidade de idosos é em torno de 15%.
O representante do Ministério do Turismo (Mtur), William França, ressalta que as pessoas devem ficar atentas às regras do contrato firmado entre empresa e o viajante.
“Quando você compra um pacote, você estabelece uma relação contratual com a empresa. E lá existem a regras pelas quais você concordou em casos de suspensão, adiamento ou cancelamento. Então, a primeira orientação nossa é que o consumidor deve buscar a agência ou a operadora aérea para que negocie com ela dentro das suas regras contratuais”, ressalta.
Os direitos do viajante
A recomendação do Procon-SP é que o consumidor que tem viagem marcada para algum país com surto de coronavírus, procure os fornecedores de sua viagem.
Nestes casos, o órgão orienta que essas empresas efetuem a alteração sem custo adicional para o consumidor.
O Procon-SP sugere ainda que o consumidor entre primeiro em contato direto com o fornecedor e tente negociar. Caso não haja acordo, ele deverá fazer uma reclamação online no site do órgão.
A Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) informou que está discutindo diretamente com os fornecedores de passagens e hospedagens.
A entidade solicita que eles facilitem “remarcações ou reembolso, sem custo, aos passageiros que não se sentirem confortáveis em viajar neste momento”.
Quais os efeitos do coronavírus no setor?
Cerca de 50% dos voos internacionais e 30% dos voos domésticos já foram cancelados pelas companhias aéreas. A estimativa do Ministério de Infraestrutura é que esses números aumentem.
Segundo o ministro Tarcísio de Freitas, o cancelamento de voos internacionais pode chegar a 70% e, no caso dos voos domésticos, a 50%.
Por esse motivo, o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, afirma que o cenário atual é, de longe, o mais grave do setor nos últimos 70 anos.
O setor de cruzeiros também foi afetado. Afinal, o Ministério da Saúde determinou a suspensão de cruzeiros marítimos em todo o país. A medida vale enquanto durar a situação emergência em saúde pública decretada na semana passada pelo governo.
O que as companhias aéreas dizem?
Latam
A Latam anunciou que vai oferecer flexibilidade aos passageiros para reagendarem seus voos sem cobrança de multa por causa do coronavírus. Segundo a empresa, mais informações sobre essa medida serão comunicadas oportunamente.
Por enquanto, passageiros de todos os voos internacionais com reservas feitas entre 6 e 22 de março têm direito a remarcação de data e/ou destino. Isso vai acontecer sem multa, mas sujeito à diferença tarifária.
A alteração é válida para viagens até 31 de dezembro de 2020 e pode ser feita até 14 dias antes da partida do voo original. Passageiros de voos da ou para a Itália podem solicitar o reembolso.
Gol
A Gol flexibilizou as políticas de remarcação e cancelamento de viagens internacionais em voos operados ou em conexão com companhias parceiras marcados até 12 de abril de 2020.
Clientes podem cancelar sua viagem e manter o valor em crédito para voos futuros. O valor estará disponível integralmente por um ano, a contar da data da compra.
Passageiros também podem remarcar sua viagem para qualquer período dentro de um ano, a contar da data da compra. A taxa de remarcação não será cobrada, incidindo apenas a diferença entre as tarifas, se houver.
Se o consumidor optar por cancelar sua viagem e solicitar reembolso, não haverá taxa de cancelamento. Contudo, a taxa de reembolso poderá ser cobrada dependendo da regra da passagem adquirida.
Azul
A Azul disponibilizou opções de remarcação de voos com origem ou destino em Lisboa ou Porto. A medida vale para clientes com passagens adquiridas para voos em março.
A viagem pode ser alterada, sem custo adicional, para voar até 30 de junho de 2020. Ou pode ser cancelada sem taxas e o valor fica como crédito para outros voos.
Além disso, a Azul informou que oferece reembolso integral da passagem para clientes com conexão em Lisboa ou Porto e que tem como destino ou origem a Itália.
Avianca
A Avianca informou que não irá multar passageiros que queiram fazer alterações nos voos internacionais por causa do coronavírus. No entanto, a diferença de tarifa poderá ser cobrada.
A medida vale para bilhetes comprados até 31 de março e com data de viagem até 31 de dezembro.
E as empresas de cruzeiros?
A Cruise Lines International Association (CLIA) anunciou a adoção de medidas adicionais de rastreamento aprimoradas em resposta a Covid-19.
Como resultado dessas alterações, que são efetivas imediatamente, os membros do CLIA vão:
1 – Negar embarque a todas as pessoas que viajaram ou transitaram por aeroportos na Coréia do Sul, Irã, China, incluindo Hong Kong e Macau e qualquer município da Itália.
2 – Negar o embarque a todas as pessoas que, dentro de 14 dias antes do embarque, tiveram contato ou ajudaram a cuidar de alguém suspeito ou diagnosticado com Covid-19.
Ou que estão atualmente sujeitos a monitoramento de saúde para possível exposição a Covid-19.
3 – Realizar a triagem pré-embarque necessária para efetivar essas medidas de prevenção.
“A adoção dessas medidas demonstra ainda mais a capacidade exclusiva do setor de cruzeiros de responder rapidamente à medida que as circunstâncias evoluem”, diz Kelly Craighead, presidente e CEO da CLIA.
Navegação com restrição
A Costa Cruzeiros já havia anunciado a suspensão das operações globais, incluindo o Brasil, até o dia 3 de abril. O mesmo fez a Norwegian Cruise Line Holdings Ltd, empresa que opera as marcas Norwegian Cruise Line, Oceania Cruises e Regent Seven Seas Cruises.
Já a Royal Caribbean adota a política “Navegue com Confiança”, permitindo que cancelamentos sejam feitos em até 48 horas antes do embarque.
A MSC também cancelou o roteiro do MSC Sinfonia no país. O navio atracou no porto de Santos, em SP, na manhã do dia 13 de março, de onde seguiria para Itália.
Em nota, a MSC informou que a companhia foi obrigada a cancelar a Grand Voyage do MSC Sinfonia, devido à restrição de circulação de pessoas na Itália.
Muitos dos pacotes internacionais que já haviam sido vendidos foram cancelados. Mesmo com os preços abaixo do normal, a procura de viagens para fora do país quase inexiste em quase todos os estados.
A Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV Nacional) informa que suas associadas em todo o Brasil têm reforçado equipes e canais de atendimento aos clientes. De forma a priorizar as solicitações de remarcações das viagens previamente agendadas.
Para acompanhar os desdobramentos da pandemia do coronavírus, FinanceOne preparou uma série de reportagens. Confira:
- Avanço do coronavírus: o que muda na economia?
- Coronavírus faz governo antecipar 13º de aposentados
- Queda das bolsas de valores no mundo: entenda as causas
- Como o coronavírus pode afetar a economia?
- Qual o impacto do coronavírus em investimentos de baixo risco?
- Coronavírus: o que é uma pandemia e quais seus impactos?
- Planos de saúde cobrem exames para novo coronavírus?
- Combate ao coronavírus: governo estuda novo saque do FGTS
- Especialista analisa crise econômica pelo coronavírus
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