Com o dólar a quase R$6, como fica seu bolso e seus investimentos? Essa é a pergunta que muitos brasileiros fazem em meio a pandemia do coronavírus.
O valor assusta, mas em algumas casas de câmbio, a moeda norte-americana já é vendida a quase R$7. Já para o carregamento de cartão pré-pago, a cotação praticada no dia 15 de maio chegou a R$6,91.
Muitos especialistas explicam que a alta do dólar é motivada por um conjunto de fatores. A pandemia é um deles, no entanto, a crise política acentua ainda mais o valor da moeda.
Afinal, só nos últimos dias, o ex-ministro da Justiça, Sério Moro, deixou o governo acusando o presidente Jair Bolsonaro de interferir na Polícia Federal. Em meio a isso, dois ministros da saúde também pediram demissão.
Aliado à esse cenário, a queda da taxa Selic 3,75% ao ano, seu menor patamar histórico tem afugentado investidores estrangeiros que agora buscam países com taxas maiores e mais seguros.
E tudo indica que ela cairá ainda mais. Segundo o último Boletim Focus do Banco Central, o mercado espera que os juros caiam para 3% ao ano até o final de 2020.
Ou seja, com esse cenário e a essa saída de recursos, a oferta de dólares reduz e, consequentemente, a cotação do dólar tende a subir mais.
Dólar a quase R$6? Ele pode chegar a R$7!
Assustado com o dólar a quase R$6? Saiba que para alguns economistas, ele pode ultrapassar os R$7.
Para Victor Beyruti, analista da Guide Investimentos, não vai ser difícil a projeção mais pessimista se concretizar. “A gente pode ter o dólar acima de R$7 sim.”
De acordo com ele, a fuga de capital estrangeiro, que já prejudicava o país no ano passado e se intensificou com a crise do coronavírus, é um fator que deve pesar na balança do mercado de câmbio.
Os dois principais desafios que o governo precisa encarar com urgência para conter o problema, conforme Beyruti, são a crise política e o rombo fiscal.
Já o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Mauro Rochlin, afirma que não existe nenhuma base para falar que o dólar vai chegar em R$7. “É um cenário tão incerto. Afirmar que vai chegar a isso é mero chute”, diz.
No entanto, não é que Rochlin duvide que o dólar possa chegar a tanto. Segundo ele, é possível sim que a moeda bata um valor tão alto quanto ou até maior no próximo ano.
“Um efeito manada deve tomar conta do mercado de câmbio nos próximos meses e o real pode sim sofrer com as especulações, diante de dúvidas dos investidores sobre o equilíbrio fiscal no médio prazo”, explica o professor da FGV.
Como esse cenário afeta seu bolso?
Com o dólar a quase R$6, agricultores brasileiros podem escolher vender mais de seus produtos para o exterior. Ou seja, reduzindo a quantidade dos produtos que seriam destinados ao Brasil e usando a lei da oferta e demanda.
Ao mesmo tempo, muitos produtos feitos aqui no Brasil têm suas matérias primas importadas. Como é o caso do trigo, que é importado pelo Brasil de outros países.
O que faz com que o pão de sal, a farinha de trigo, biscoitos, pizzas, macarrão fiquem mais caros.
O mesmo acontece com os produtos eletrônicos, como celulares e computadores, que são produzidos no exterior. O preço é convertido em reais e se o dólar estiver alto, o preço em reais será mais alto ainda prejudicando o consumidor.
Contudo, o que pode pesar ainda mais no seu bolso é o preço da gasolina. Ele está atrelado ao dólar. Afinal, desde 2017, a Petrobrás adotou uma nova política de preços para venda de combustível para as distribuidoras.
Alta do dólar: qual o impacto nos investimentos?
O dólar a quase R$6 impacta diversos aspectos da economia. Entre eles, os investimentos.
Portanto, é preciso saber exatamente qual é a hora certa de comprar e vender a moeda para ter um rendimento melhor com a volatilidade de curto prazo.
Por isso, antes de começar a investir, é preciso ter consciência dessa relação. A poupança, investimento mais popular, não sofre consequências diretas com a variação do dólar.
Mas isso não quer dizer que ela seja uma boa aplicação para quem pretende lucrar com o dinheiro investido. Pelo contrário, uma vez que seus rendimentos são mínimos.
Já quem investe em fundos cambiais, por exemplo, é afetado diretamente. Esse tipo de investimento geralmente tem rendimento prefixado, somado à variação cambial. Isso significa que quando o dólar cai, o fundo tende a perder rentabilidade.
A Renda Fixa também é impactada, mesmo que esse impacto não seja direto. Quando o dólar está mais baixo, por exemplo, a inflação tende a ficar mais controlada.
Com isso, a expectativa de juros cai, afetando negativamente a rentabilidade de aplicações como:
– Certificado de Depósito Bancário (CDB);
– Tesouro Selic;
– Tesouro IPCA+;
– Letra de Crédito Imobiliário (LCI);
– Letra de Crédito do Agronegócio (LCA).
Porém, o contrário ocorre com os ativos prefixados, como o Tesouro Prefixado ou mesmo CDBs prefixados. Essas aplicações continuam pagando sempre o mesmo rendimento, mesmo que o dólar caia.
Por outro lado, deixam de se beneficiar com a subida do dólar e das taxas de juros.
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