O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou queda de 1,5% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado.
Os dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) refletem, no entanto, apenas os primeiros impactos da pandemia de coronavírus.
O resultado negativo coloca o país à beira de uma nova recessão. Uma vez que a expectativa é de uma queda ainda maior no segundo trimestre.
De acordo o IBGE, a retração da economia neste começo de 2020 foi causada, principalmente, pelo recuo de 1,6% nos serviços, setor que representa 74% do PIB. Foi a maior retração do setor desde o 4º trimestre de 2008 (-2,3%).
A indústria também caiu (-1,4%), enquanto a agropecuária cresceu (0,6%), impulsionada pela safra da soja que tem, inclusive, perspectiva de recorde para este ano.
Desempenho do PIB do Brasil ocupa 23º em ranking
O ranking feito pela agência Austin Rating revela que o PIB do Brasil no 1º trimestre ocupa a 23ª posição dentro de uma lista com 44 países.
O resultado surpreende, afinal ficamos acima de países como Alemanha, França, Itália, Espanha, Portugal e China.
Na média, o grupo dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) caiu 0,6%. Já a Zona do Euro teve queda de 3,2%.
O recuo do PIB, no entanto, interrompeu uma sequência de 12 meses de crescimentos seguidos e é o menor resultado para período desde o 2º trimestre de 2015.
Os 5 melhores do ranking:
Índia: 3,1%;
Indonésia: 3,0%;
Lituânia: 2,6%;
Bulgária: 2,4%;
Romênia: 2,4%.
Os 5 piores:
Espanha:-4,1%;
Itália: -4,8%;
França: -5,4%;
China: -6,8%;
Hong Kong: -8,9%.
Especialista avalia cenário econômico
Apesar do PIB do Brasil ser melhor que outros países, nosso caso é mais dramático, de acordo com economista Marcel Balassiano. Ele é da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV)
Balassiano explica que mesmo vindo de três anos de uma recuperação lenta, o país não havia sido capaz de repor a riqueza perdida na última crise.
Soma-se a isso a crise política vivida no país que tende a deixar mais nebuloso o cenário de retomada. Já que se torna mais difícil atrair investimentos em um contexto instável.
“Para você ter uma ideia, se neste ano o PIB cair 5,4% [conforme projeção], nos últimos sete anos seria uma queda média de 1,2%. Há sete anos, é como se andássemos para trás todo ano”, diz o economista Marcel Balassiano.
De acordo com uma análise do economista, 64% dos 190 países que o Fundo Monetário Internacional (FMI) acompanha terão desempenho melhor que o Brasil em 2020 e, na média, no biênio 2020/2021.
Isso representa que em torno de 80% dos países terão desempenho melhor, indicando uma dificuldade maior da retomada.
Política agrava a crise brasileira
Ainda segundo Marcel Balassiano, mesmo sem a pandemia, com a recessão e a recuperação lenta, agravadas ainda pela crise política, o país já teria uma década perdida.
“Se o Brasil crescesse 2% neste ano, a média de aumento anual do PIB entre 2011 e 2020 seria de 0,8%, a pior da história”, afirma o economista.
Na década de 1980, que foi dramática para a economia brasileira, o aumento anual foi de 1,6%. Agora, considerando a projeção do Ibre de encolhimento de 5,4% da economia em 2020, o país terá crescimento médio de 0%, ou seja, estagnação.
Ficou com alguma dúvida? Entenda melhor o que é o PIB e como é calculado.
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