A população ocupada no agronegócio brasileiro somou 18,3 milhões de trabalhadores em 2019. Esse número representa uma ligeira alta de 0,8%, ou 145 mil pessoas em relação ao ano anterior.
Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq).
E tudo indica que o setor é um dos que mais emprega no país. Isso porque a participação do agronegócio no mercado de trabalho brasileiro aumentou. Ela foi para 19,6% em 2019.
Contudo, vale destacar que, no total, a população ocupada somou 93,4 milhões de pessoas. Ou seja, um avanço de 2% entre 2018 e 2019.
Agronegócio brasileiro: como foi a divisão da mão de obra?
Os dados do Cepea apontam que os números de ocupados sem instrução e com até ensino fundamental (completo ou incompleto) decresceram entre 2018 e 2019.
Eles representam 5,91% ou 55 mil pessoas, e 2,17% ou 183 mil pessoas, respectivamente.
Já os números de ocupados com até ensino médio ou com ensino superior (completo ou incompleto) aumentaram. Pularam de 3,84% ou 235 mil pessoas, e 5,69% ou 150 mil pessoas, respectivamente.
No entanto, uma tendência que vem sendo observada desde 2015 também se manteve em 2019: o aumento da informalidade.
De 2015 a 2018 o número de empregos com carteira assinada no setor se reduziu. E, no ano passado, esse número ficou estável (com alta não significativa de 0,19%).
Já o número de empregados sem carteira assinada aumentou 2,7% entre 2018 e 2019, equivalente a 85 mil pessoas.
Número de mulheres cresce no agronegócio do Brasil
Uma terceira tendência verificada pelo Cepea foi a de elevação da participação feminina no agronegócio.
Entre 2018 e 2019, enquanto o número de homens atuando no setor ficou praticamente estável (+0,25%), o total de mulheres cresceu 2,02%.
O período registrou um adicional de 114 mil trabalhando nos diversos segmentos do agronegócio. Quanto aos salários, houve estabilidade real para os empregados e aumento real para os empregadores, no agronegócio e no Brasil como um todo.
Para os trabalhadores por conta própria, houve alta no agronegócio, mas estabilidade no país.
Projeções dos economistas para o setor são otimistas
Em relação à previsão agrícola de 2020, é esperado um crescimento de 2,2% no valor adicionado do setor. Os dados do IPEA mostram também que a lavoura deve crescer 2,5%, impulsionada por aumentos nas safras de soja e arroz.
A pecuária deve manter o ritmo de crescimento do ano de 2019 e fechar 2020 com novo resultado positivo de 2,2%.
Embora o cenário permaneça desafiador e as projeções ainda estejam em um momento de estabilização, o ambiente econômico apresenta alguns bons fundamentos que podem possibilitar uma aceleração do nível de atividade nos próximos trimestres.
Os especialistas acreditam, contudo, que a recuperação dependerá da melhora da confiança dos empresários e da retomada dos investimentos.
Quais são as tendências do segmento para 2020?
1 – Gestão e sistemas de automação
Softwares e aplicativos para auxiliar no âmbito financeiro e organizacional da operação são cada vez mais essenciais. Com o crescimento das propriedades, o gerenciamento das tarefas se tornou mais complexo e trabalhoso.
A possibilidade de contar com ferramentas de rastreamento de máquinas, abastecimento automático da frota e controle de custos irão facilitar cada vez mais a vida do gestor.
2 – Edição genética
Os desafios agronegócio brasileiro são muito grandes. Para driblar o calor excessivo, a chuva, as pragas e a seca, por exemplo, novas técnicas de edição genética vêm sendo desenvolvidas.
O objetivo é utilizar genes da própria espécie receptora e modificar apenas uma característica da planta, sem interferir em outros aspectos.
3 – Sensores
A instalação de sensores no campo permite que se obtenham diversas informações importantes sobre a plantação, o solo e outros itens fundamentais.
Além de potencializar e agilizar a coleta de dados, essa tecnologia, que é tendência para o agronegócio em 2020, é capaz de realizar comandos à distância, de forma automática e em tempo real.
4 – Drones
Da mesma forma, os drones também serão capazes de desenvolver diferentes funções na propriedade.
Os mais modernos possuem câmeras especiais que conseguem captar imagens aéreas e identificar o surgimento de pragas e doenças.
5 – Inteligência artificial
Com esses recursos, a digitalização da agricultura deve chegar a um novo patamar de desenvolvimento no próximo ano.
Além de sensores acoplados, a Internet das Coisas (IoT) irá possibilitar que máquinas se comuniquem sem interferência humana, trocando dados pela rede.
A inteligência artificial aplicada à agricultura irá auxiliar na melhoria dos processos produtivos. Assim como apoiará a tomada de decisão do agricultor e ajudará a reduzir custos e a trazer mais rendimentos.
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