Não é novidade que a independência financeira é uma ferramenta de emancipação em várias situações. Mas é importante pensar o papel disso no empoderamento feminino.
Afinal, mulheres que não dependem financeiramente de seus parceiros ou de qualquer outra pessoa têm, em geral, mais liberdade de escolha.
Muitas se mantêm em relacionamentos ruins, pois não têm uma forma de sustento próprio. Às vezes, o medo de não ter como sustentar um filho sozinha também impacta nessa decisão.
Esse tipo de situação, porém, não acontece apenas em relacionamentos amorosos e casamentos. Há também mulheres que, ainda que já sejam adultas, não possuem renda própria e que dependem de seus pais.
Por isso, a independência financeira é uma forma de empoderamento. Ter seu próprio dinheiro faz que mulheres aumentem suas possibilidades de escolha e tenham a oportunidade de poupar para seu futuro.
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Independência financeira da mulher ainda tem obstáculos
Na sociedade, ainda há uma séries de barreiras que podem dificultar a conquista financeira das mulheres. Principalmente daquelas em alguma situação de vulnerabilidade.
Em março deste ano, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) apresentou números preocupantes sobre a inserção de mulheres no mercado de trabalho.
Nos últimos 20 anos, a disparidade de gênero no trabalho quase não mudou. Em 2018, a probabilidade de uma mulher trabalhar foi 26% inferior que a de um homem.
O percentual representa uma melhoria de apenas 1,9% com relação ao ano de 1991. Ainda há quem insista que essa disparidade se deve ao fato de que as mulheres não querem trabalhar fora.
Mas as pesquisas mostram o contrário. Um estudo recente, de acordo com o Portal G1, evidenciou que 70% delas preferem ter um emprego do que ficar em casa.
Somado à essa disparidade, ainda há outro problema: mulheres com filhos menores de seis anos sofrem o que se chama de ‘penalização profissional da maternidade’. Esse grupo é ainda mais afetado pela desigualdade.
Em dez anos, a diferença entre as mulheres sem filhos pequenos e as mulheres com filhos menores de seis anos que trabalham passou de 5,3% a 7,3%.
A principal razão para isso, contudo, teria sido o aumento da presença das mulheres do primeiro grupo no mercado de trabalho.
A pesquisa da OIT também demonstrou que entre as pessoas com filhos pequenos que ocupam cargos de gerência, apenas 25% são mulheres.
Isso sem falar na diferença de remuneração, um problema mundial que ainda apresenta disparidade de 20% nos valores.
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Mulheres vivem mais e podem ter velhice mais pobre
No Brasil, a expectativa de vida das mulheres é de sete anos a mais em relação aos homens, segundo dados de 2015 do IBGE. Enquanto elas vivem até 79,1 anos, eles vivam até os 71,9 anos.
Com isso, surge uma outra questão: se as mulheres vivem mais e dependem financeiramente de seus parceiros, elas estão mais sujeitas a uma velhice também dependente financeiramente.
Além disso, por viverem mais, elas precisariam poupar mais dinheiro, o que não acontece em muitos casos. Seja por falta de conhecimentos sobre investimentos ou por não possuírem renda própria.
Uma pesquisa aponta que 80% das mulheres se consideram apenas iniciantes quando se trata de investimentos. Enquanto isso, entre homens esse percentual é de 50%.
“A expectativa de vida da mulher é maior e ela ganha menos. A longo prazo, a tendência é termos mais idosas pobres que idosos homens. A mulher precisa se preocupar mais com suas reservas”, afirma a diretora de ensino técnico da Escola Nacional de Seguros, Maria Helena Monteiro.
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