O cartão de crédito é o maior vilão do endividamento dos brasileiros. É o que constatou um levantamento feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) apontou a nona alta seguida do indicador que mede o endividamento dos brasileiros.
Ou seja, 65,1% das famílias relataram ter dívidas, contra 64,8% em agosto e 60,7% em setembro do ano passado.
Foi o maior resultado desde julho de 2013 e o terceiro maior patamar da série histórica.
Os indicadores de inadimplência acompanharam a alta do endividamento. O percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso passou a 24,5% em setembro contra 24,3% em agosto. Também houve aumento em relação a setembro de 2018 (23,8%).
Entre as modalidades de dívidas das famílias brasileiras estão itens como:
– cheque especial;
– carnê de loja;
– empréstimo pessoal;
– prestações de carro;
– cartão de crédito.
Este último, inclusive, ficou em primeiro lugar como um dos principais tipos de dívida. Sendo apontado por 79,5% das famílias endividadas, seguido por carnês (15,5%) e financiamento de carro (9,7%).
“Entre as famílias com faixa salarial mais baixa (até dez salários mínimos), o cartão de crédito chega a 80% dos apontamentos”, ressalta a economista da CNC Marianne Hanson.
Como funciona o cartão de crédito
Você conhece as tarifas do seu cartão? Ao contratar uma modalidade de crédito, não deve se preocupar apenas com o limite ou o valor da anuidade.
Os cartões também têm taxas, cobradas de acordo com cada serviço. Segundo o estudo do SPC Brasil e a CNDL, 59% dos usuários de cartão desconhecem as taxas quando há atraso.
Porém, ainda há valores cobrados pelo uso do cartão. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), as tarifas de acordo com a Resolução 3.919 do Banco Central são referentes a:
– Pagamento de contas, como água, luz e telefone, no cartão de crédito;
– Pedido de análise emergencial para o aumento do limite do cartão;
– Utilizar o cartão para saques;
– Anuidade;
– Confecção da segunda via do cartão.
Como quitar a dívida do cartão de crédito
Realizar apenas o pagamento mínimo da fatura implica na geração de um crédito rotativo.
Ele é justamente a diferença entre o valor total da fatura de um mês e o valor efetivamente pago no vencimento. Essa diferença consiste no financiamento do cartão e está sujeito a juros.
Entretanto, desde 3 de abril de 2017, entrou em vigor a Resolução 4.549.
A nova regra diz que o saldo devedor da fatura, quando não pago em sua totalidade até o vencimento, pode ser mantido em crédito rotativo até o vencimento da fatura subsequente. Esse prazo costuma ser de 30 dias.
Segundo o Banco Central, o cliente precisa quitar o saldo devedor do crédito rotativo, acrescido de juros. Para acabar com a dívida do cartão de crédito, o cliente deve usar recursos próprios ou empréstimo de outra instituição.
Pode ainda pedir uma linha de crédito parcelado na mesma instituição, com condições mais vantajosas em relação a do cartão.
Nesse ponto que o cliente deverá observar a taxa de juros cobrada em cada modalidade, para fazer a opção que mais se adeque a sua realidade financeira.
O pagamento das faturas seguintes, após o parcelamento do saldo devedor do rotativo ter sido financiado por 30 dias, será a soma de:
a) saldo do crédito rotativo acrescido dos respectivos juros incidentes no período;
b) prestação ou prestações resultantes de parcelamentos do saldo devedor de períodos anteriores;
c) no mínimo, 15% das compras e lançamentos no período.
O Banco Central explica que o emissor do cartão não é obrigado a oferecer o parcelamento da dívida. Porém, se houver interesse em oferecer, as condições devem ser mais vantajosas do que as do crédito rotativo.
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Como fugir da dívida com o cartão
A Abecs diz que a primeira dica para fugir da dívida do cartão de crédito é avaliar a compra.
Ou seja, antes de decidir por um produto, você precisa fazer as contas e ver se aquela prestação mensal vai caber no seu orçamento.
Outro tópico importante é pagar a fatura na data de vencimento. E mais: pagar o valor integral da sua fatura.
Ou o saldo pode acabar entrando no crédito rotativo e, se não for quitado, virando uma dívida. E é justamente disso que você está fugindo.
Por isso que ter um plano, uma meta definida, vai te dar um direcionamento nos seus gastos. Manter o foco é a chave para evitar as dívidas.
Portanto, ter um consumo consciente e dentro das suas possibilidades é um fator essencial nesse processo.
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Dívida do cartão de crédito: como negociar e reduzir juros Publicado primeiro em https://financeone.com.br/
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