As incertezas em torno do coronavírus têm levado bolsas de valores globais aos piores patamares da história e intensificado o cenário de volatilidade no mercado financeiro. E quem perde com isso é, principalmente, o investidor conservador.
Isso porque o Banco Central (BC) diminuiu, pela oitava vez consecutiva, os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic para 2,25% ao ano, com corte de 0,75 ponto percentual.
Ou seja, a medida reduz ainda mais os rendimentos dos dois investimentos preferidos do brasileiro: a poupança e o Tesouro Selic (a única opção de título pós-fixado do Tesouro Direto).
O investidor conservador deve ficar atento à taxa Selic. O último Relatório de Mercado Focus revela que a mediana das previsões para a taxa básica da economia seguiu em 2,00% ao ano.
Já a projeção para o fim de 2021 permaneceu em 3,00% ao ano, número mantido há quatro semanas. No caso de 2022 e 2023, a projeção permaneceu em 5% e 6%, respectivamente, mantendo as projeções iguais a um mês antes.
Investimentos no Tesouro Direto têm taxa zerada
O Tesouro Nacional e a B3 reduziram, de 0,25% para 0% ao ano, a taxa de custódia para os investimentos no Tesouro Direto até R$ 10 mil.
O Tesouro Direto tem quase 1,3 milhão de investidores ativos. Com a taxa zerada, um terço deles ficará completamente isento de tarifa, pois apresenta aplicações até R$10 mil.
Dessa forma, a estimativa é que 53% da base de investidores ativos do programa sejam, de alguma maneira, beneficiados.
A mudança entrará em vigor a partir de 1º de agosto e representa uma boa notícia para o investidor conservador. A taxa de custódia havia diminuído pela última vez, de 0,30% para 0,25% para todos os títulos, em 1º de janeiro de 2019.
Onde o investidor conservador deve investir agora?
As margens espremidas tornam ainda mais difíceis as tarefas do investidor conservador de manter o mesmo ritmo de ganhos de sua carteira. Buscar títulos públicos e privados com prazos mais longos e fora dos bancos é um caminho.
Principalmente para encontrar remunerações melhores sem precisar sair da renda fixa.
Para os mais arrojados e mesmo os conservadores fica cada vez mais latente a necessidade de migrar uma parte da carteira para a renda variável.
No entanto, para o analista de Alocação da XP, Pedro Mattos, para o investidor conservador, o ideal é a alocação sugerida sem exposição à renda variável.
“Entendemos que o investidor pode ter sofrido recentemente com a marcação a mercado nas parcelas de Prefixados e Inflação, mas elas são toleráveis, e não devem trazer impactos duradouros para o portfólio”, explica Pedro Mattos.
Contudo, o especialista afirma que os prêmios de crédito da renda fixa continuam elevados. Por isso, ele mantém a recomendação de alocar em ativos com risco de crédito em especial na classe pós-fixada e na Inflação.
“Os ativos Prefixados devem conseguir se aproveitar de cortes de juros que venham a ser feitos pelo Banco Central”, destaca o analista de Alocação da XP.
Especialista recomenda opções de investimento
Pedro Mattos, analista de Alocação da XP Investimentos, diz que os fundos de crédito passaram a se recuperar. Segundo ele, a maioria já apresentou retornos positivos e acima do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) em maio.
“Ainda que essa volatilidade tenha vindo para ficar, os prêmios ainda são significativos e devem ajudar esses fundos e ativos a obterem retornos bem acima do CDI no próximos 12 a 18 meses”, destaca o especialista.
No mês de julho, Pedro Mattos, incluiu na carteira de investimentos de seus clientes uma nova estratégia: Renda Fixa Internacional, através do fundo gerido pelo Morgan Stanley.
“O fundo em questão tem 10 pontos de risco, e está disponível assim para o perfil do investidor conservador. Sem risco cambial o fundo tem carrego próximo de CDI + 3,0% ao ano e correlação nula com o restante da carteira, o que faz com que a volatilidade dela caia com a inclusão da posição de 5%”, sugere Pedro Mattos.
Por fim, o analista de Alocação da XP ainda vê ótimas oportunidades nos ativos de crédito privado. Isso porque os prêmios encontram-se em média 1,6% ao ano para títulos indexado ao CDI e 1,4% ao ano para os indexados à Inflação.
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