O país teve deflação de 0,04% em setembro. Esse é o menor resultado para o mês desde 1998, quando o índice ficou em -0,22%.
A queda foi proporcionada, principalmente, pela redução de 0,43% nos preços dos alimentos e bebidas. Eles caíram pelo segundo mês seguido.
Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE.
No acumulado do ano, o IPCA registrou 2,49% e, nos últimos 12 meses, ficou em 2,89%.
A alimentação fora de casa desacelerou de 0,53% em agosto para 0,04% em setembro, devido à variação de -0,04% no item refeição.
No entanto, a alimentação no domicílio teve queda de 0,70% nos preços. Destaques para o tomate (-16,17%), a batata-inglesa (-8,42%), a cebola (-9,89%) e as frutas (-1,79%).
Artigos de residência e comunicação também tiveram deflação, de 0,76% e 0,01%, respectivamente.
A queda nos preços de artigos de residência foi proporcionada pelos preços dos eletrodomésticos e equipamentos (-2,26%) e de TV, som e informática (-0,90%).
Por outro lado, outros setores registraram aumento nos preços, como saúde e cuidados pessoais (0,58%) e vestuário (0,27%). O que deixou a deflação próxima de zero.
Dez localidades tiveram deflação
Entre os 16 locais pesquisados pelo IPCA, dez tiveram deflação. Destaque para São Luís (-0,22%), em função da queda observada na energia elétrica (-6,97%).
Também tiveram quedas acentuadas Belo Horizonte (-0,18%), Brasília (-0,17%) e Rio de Janeiro (-0,13%).
Contudo, a maior variação positiva ficou com Goiânia (0,41%). Principalmente por conta da alta no preço da gasolina (2,80%).
Mas, o que isso significa na prática?
Em termos gerais, deflação é o processo inverso da inflação. Ou seja, uma diminuição do índice de preços ao consumidor ou de uma queda de preços.
Portanto, o valor da inflação assumiu um valor negativo.
Uma das principais causas de deflações prolongadas é a recessão, ou seja, as crises econômicas. Nesses períodos, os consumidores compram menos e forçam as empresas a produzirem menos.
Na história recente do Brasil, o IPCA registrou deflação pelo período de três meses – entre julho e setembro de 1998.
Na época, houve uma desvalorização das commodities e diversas crises financeiras pelo mundo.
O que, portanto, acabou impactando a nossa economia.
O resultado é bom ou ruim?
Em um primeiro momento, a deflação é favorável ao consumidor. Contudo, a longo prazo, pode ser um problema.
Isso porque a deflação pode ser pior do que a inflação tendo em vista que desincentiva a produção. Ou seja, o produtor que não há consumidor.
Para o economista André Braz, professor do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, isso é um risco que pode criar um efeito dominó. Segundo ele, se não produz, não contrata, ou até demite.
Em relação a deflação, Braz diz que o resultado de setembro foi muito próximo de zero e não aconteceu em todos os setores.
Dessa forma, de acordo com economista da FGV, não há motivo para grande preocupação.
Afinal, ele afirma que a inflação fechará o ano dentro da meta. Principalmente pelos resultados dos meses de novembro e dezembro, que têm projeção de alta de preços.
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Setembro tem deflação de 0,04%: o que significa? Publicado primeiro em https://financeone.com.br/
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