sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Bancos irão abrir aos sábados para renegociar dívidas

O Banco Central (BC) anunciou na quarta-feira, 6 de outubro, que os bancos irão abrir aos sábados ou após o horário normal de funcionamento para renegociar as dívidas.

Este é um projeto de mutirão de renegociação que irá acontecer no final deste ano. Em troca pela renegociação, os correntistas terão que fazer um curso de educação financeira.

O anúncio foi feito pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. 

Jovens com nome sujo
O mutirão de renegociação fará com que os bancos abram aos sábados

“Para quem quer renegociar a dívida, o que vai ser pedido em retribuição é que faça um curso de educação financeira”, explicou Campos Neto.

O presidente ainda acrescentou que também existe um projeto de dar pontos para serem trocados por descontos em financiamentos para quem realizar os cursos.

O mutirão de renegociação ainda vai permitir com que os correntistas diminuam ou aumentem o número de parcelas das pendências financeiras.

Mutirão de renegociação deve diminuir a inadimplência

Com o mutirão de renegociação, a tendência é que o número de inadimplência no Brasil caia.

Apesar de ter inadimplência semelhante a países emergentes, o spread, que é a diferença entre a taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos cliente, é maior no Brasil.

De acordo com Roberto Campos Neto, isso ocorre porque no Brasil quando o cliente fica inadimplente, a recuperação do recursos é mais baixa do que nos outros países.

Enquanto os países emergentes, a média do Chile, Colômbia, México, China, Indonésia, Rússia, Tailândia e África do Sul, há recuperação de 52,7% do crédito em inadimplência em 1,7 ano em média.

Enquanto no Brasil, esse percentual chega a 14,6%, em quatro anos. Campos Neto ainda contou que no Brasil, diferentemente dos outros países, a recuperação do crédito ocorre por meio judicial.

Em grande parte do mundo é extrajudicial. Além disso, para o presidente do BC, a implementação do Cadastro Positivo, iniciada no último mês, melhorará o acesso das instituições financeiras a informações sobre os consumidores antes de conceder o crédito.

Assim como o open banking, que é o compartilhamento de dados, produtos e serviços por meio de abertura e integração de plataformas e infraestruturas de tecnologias entre bancos.

BC propõe aumentar os índices de bons pagadores

Além do mutirão de renegociação, outra proposta do Banco Central é utilizar a tecnologia para aumentar os índices de consumidores que são bons pagadores.

Sendo assim, as pessoas que realizarem cursos online e tiverem exposição financeira terão uma elevação nas notas. O que irá permitir ter acesso a crédito mais barato.

E aos congressistas, Campos Neto ainda disse que a tarefa mais importante do BC no momento é fazer com que a política monetária tenha mais potência de chegar na ponta.

Possibilitando a cobrança de juros mais baixos. De acordo com o presidente do Banco do Central, a tarefa da instituição é criar condições para que os bancos reduzam os juros.

Ele ainda contou que há vários fatores que impedem a diminuição estrutural das taxas. Sendo uma delas a média de recuperação de crédito.

Campos Neto também disse que os créditos emergenciais, como por exemplo, o cheque especial, são regressivos e punem as pessoas mais carentes.

Isso acontece porque a grande maioria do consumidor usuário desse produto financeiro são os que tem até dois salários mínimos. Sendo que 67% têm até o ensino médio completo.

Por isso, Campos Neto enfatizou que é necessário medidas para reduzir os juros do financiamento. 

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