A vida de quem investe em renda fixa não está nada fácil neste ano. A poupança perde para a inflação e o Tesouro Selic está negativo.
Ou seja, as aplicações mais seguras do mercado estão com baixa rentabilidade. O motivo é a taxa Selic em 2% ao ano, menor patamar de todos os tempos.
No caso do Tesouro Selic, ele registrou queda de 0,32% em setembro. Já as cotas dos fundos de renda fixa indexados também estão rodando abaixo do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) no acumulado do mês.
Portanto, quem possui uma dessas reservas deve tomar uma atitude e cuidar de suas finanças pessoais.
Tesouro Selic negativo
É raro que o Tesouro Selic fique negativo. Contudo, o aumento do risco fiscal com o Renda Cidadã, possível substituto do Bolsa Família, levou a uma alta nos juros futuros.
Essas taxas são as principais referências para os juros liberados atualmente, mas cuja quitação ocorrerá no futuro.
Com a perspectiva de elevação do déficit fiscal e quebra do teto de gastos, o investidor cobra mais caro para emprestar para o governo, elevando a remuneração dos títulos do Tesouro.
Portanto, quanto maiores os juros do título, menor o valor deste papel, em uma relação inversamente proporcional.
Momento atípico
Especialistas falam que Tesouro Selic negativo é um caso atípico. Ou seja, os preços dos títulos devem se normalizar, recuperando o valor perdido.
Contudo, deverá ter um longo caminho até que o risco diminua. Isso porque a questão fiscal e a dinâmica da dívida não são assuntos que devem ser resolvidos em curto espaço de tempo.
E, com os juros reais negativos e nas mínimas históricas, a pressão no mercado de Letra Financeira do Tesouro (LFT) e mesmo na curva de juros pode continuar e até se intensificar.
Porém, apesar da recente oscilação, o Tesouro Selic segue como a melhor opção para guardar a reserva de emergência. Apesar da rentabilidade negativa dos títulos públicos nos últimos meses, o investidor só perde dinheiro se resgatá-los.
Caso deixe carregar até o vencimento, a rentabilidade será exatamente a mesma daquela anunciada na compra do papel. Da mesma forma, o investidor pode acompanhar o mercado de títulos e se desfazer do papel em um momento de alta.
Projeções da Selic
O Relatório do Banco Central aponta que as previsões para a Selic neste ano seguem em 2% ao ano. Portanto, o cenário de Tesouro Selic negativo deve continuar até dezembro no mínimo.
Contudo, a projeção para a Selic no fim de 2021 segue em 2,50% ao ano, ante 3,00% de quatro semanas atrás.
No caso de 2022, a projeção está em 4,50% ao ano, igual a um mês antes. Para 2023, é de 5,50% para 5,63%, ante 6,00% de quatro semanas atrás.
Vale ressaltar que o BC não vê elevações dos juros neste momento. Em sua linguagem técnica, o colegiado afirmou que apesar de uma assimetria em seu balanço de riscos, o Copom não pretende reduzir o grau de estímulo monetário.
Segundo a autoridade financeira, isso só deve acontecer “a menos que as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, estejam suficientemente próximas da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária, que atualmente inclui o ano-calendário de 2021 e, em grau menor, o de 2022. Essa intenção é condicional à manutenção do atual regime fiscal e à ancoragem das expectativas de inflação de longo prazo”, diz o BC em nota.
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