O valor do dólar tem impacto direto na vida de todo e qualquer consumidor brasileiro. Isso acontece porque parte relevante dos produtos que consumimos é importada ou tem alguma relação com produtos importados.
Dólar alto é bom ou ruim? Não existe uma resposta concreta para essa pergunta.
A moeda norte-americana com um valor mais alto é potencialmente boa para quem exporta mercadorias daqui para o mercado internacional. Com o real mais fraco, os produtos nacionais se tornam mais competitivos.
Contudo, a moeda enfraquecida e o real valorizado dá mais poder de compra para quem precisa importar. Principalmente para setores da indústria que dependem de insumos comprados no exterior para poder produzir.
Em que o dólar alto interfere no dia a dia do brasileiro?
Muitas das nossas commodities mais exportadas, como a soja, o petróleo cru e a cana, são negociadas globalmente em dólar. Aliado a isso, alguns produtores preferem cada vez mais exportar a vender no mercado interno.
Resultado: o aumento do preço de diversos produtos. Alimentos derivados do trigo são exemplos disso (macarrão, cereais, biscoitos, o pãozinho nosso de cada dia e até alguns tipos de cerveja).
Outro reflexo é no preço da gasolina e o diesel. Mas esse aumento não para por aí. Quando os combustíveis sobem de preço, encarecem o transporte.
Como reflexo, outros setores econômicos que precisam do transporte para entregar a mercadoria acabam tendo que repassar esse gasto maior com combustível ao comprador. Que, consequentemente, repassa ao cliente final.
Há outros casos nos quais essa relação é ainda mais direta. É o caso de produtos eletrônicos. Esses itens são produzidos no exterior e o produto final é importado pelo Brasil.
Quem também sobre com a alta do dólar é o setor de Turismo. Isso porque o preço das passagens em reais e o poder de compra do brasileiro no exterior diminuem.
Ou seja, as viagens internacionais caem. Por outro lado, tende a aquecer o turismo interno e torna o país um destino mais atraente para estrangeiros em férias.
Alta do dólar ajuda exportações, diz especialista
A alta do dólar acumula valorização de 35% em 12 meses até agosto, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Com isso, subiram os custos de importação de alimentos que o país não produz o suficiente para atender o mercado interno, como trigo e arroz.
Por outro lado, o câmbio ajudou as exportações, pois o país está vendendo como nunca para a China.
“O problema é que isso está desabastecendo o mercado interno e, por isso, os preços dos alimentos estão subindo”, explica o economista André Braz, da FGV.
Ainda de acordo com Braz, a inflação está voltando, pressionada pelos preços dos alimentos em domicílio e fora dele.
Brasil tem cenário adverso na pandemia
O dólar se valorizou desde o pico do impacto do novo coronavírus no Brasil. Ao contrário do que vem ocorrendo em relação a moedas de outros países emergentes.
A desvalorização do dólar em todo o mundo é consequência da estratégia do Federal Reserve.
O Banco Central americano injetou trilhões de dólares por meio de benefícios a pessoas e empresas para estimular a economia do seu país.
Essa estratégia aumenta a oferta da moeda e causa a diminuição no seu valor. Entretanto, no Brasil, isso não aconteceu.
Especialistas dizem que o motivo é o risco de calote do Brasil frente à complicada situação fiscal à que chegou o país na crise sanitária da Covid-19.
O mercado financeiro manteve as previsões para o dólar em R$ 5,25 ao fim deste ano. Enquanto para 2021, a cotação está mantida em R$ 5 pela nona vez.
Já para 2022, o mercado manteve a previsão de alta do dólar a R$ 4,90.
Por fim, em 2023, a projeção para o câmbio foi revisada para cima, de R$ 4,85 para R$ 4,90, ainda conforme o relatório Focus do Banco Central.
Você tem dúvidas sobre termos do mercado cambial? Então conheça os conceitos básicos desse mercado e compartilhe com seus amigos.
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