Transferir o financiamento do carro é mais comum do você pensa e sem complicações. Isso acontece porque cada vez mais os brasileiros estão endividados e, por isso, alguns não têm mais condições de arcar com as parcelas.
Surpresa ou não, apesar do endividamento e da crise, os brasileiros voltaram a financiar mais veículos. Até março de 2019, por exemplo, foram 642 mil entre novos e usados.
Esses números representam um crescimento de 3,5% em relação ao mesmo período de 2018. Os dados são da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
A pesquisa tem como base as cinco principais instituições bancárias que operam nesse segmento e representam 75% do mercado brasileiro.
Em relação ao volume de recursos relacionados a esses contratos, houve um crescimento de 10,5% em comparação aos três primeiros meses de 2018. Foram negociados R$ 15,6 bilhões no ano passado e R$ 17,2 bilhões em 2019.
Segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), as vendas de veículos financiados por bancos representam 76,5% do total de unidades comercializadas entre janeiro e março.
Apesar do aumento no número de financiamentos, depois de quilômetros rodados e algumas parcelas pagas, muitos brasileiros acabam se apertando no orçamento.
E, em consequência, não conseguem pagar o financiamento até o final. Nessa situação, vender o carro ou transferir as parcelas para outra pessoa surge como uma saída.
Como transferir o financiamento do carro?
A transferência da dívida de financiamento só pode ser feita entre duas pessoas físicas ou duas pessoas jurídicas. Não é permitido que a mudança seja de uma física para jurídica ou vice-versa.
O repasse exige também que uma quantidade mínima de prestações já tenha sido paga. Essa quantidade varia em cada instituição financeira.
Se você pretende transferir o financiamento do carro, o primeiro passo é entrar em contato com o banco ou instituição financeira credora.
Na ocasião, fale sobre o desejo de passar o financiamento de veículo para outra pessoa e informe sobre o novo candidato.
Consequentemente, o credor avaliará o histórico de crédito e a capacidade financeira da pessoa que assumirá as parcelas.
Depois da aprovação do crédito, é necessária a assinatura de um instrumento. Além da alteração de cláusulas do contrato e o pagamento da tarifa de Aditamento Contratual.
Com o sinal verde, você e a outra pessoa deverão realizar a transferência de modo a deixá-lo livre do pagamento das parcelas. Assim como se livrar de qualquer obrigação com o veículo.
Quais são os requisitos para transferência?
Ao procurar uma instituição financeira para realizar a transferência, é importante conhecer alguns pré-requisitos que serão cobrados para a conclusão do procedimento.
Em geral, os bancos cobram do interessado em trocar o financiamento os mesmos documentos solicitados no ato da compra do carro. São eles:
– RG;
– CPF;
– Comprovante de renda atualizado;
– Comprovante de residência;
– Holerites;
– Imposto de Renda;
– Extrato de movimentação bancária nos últimos três meses;
– Certificado de Registro do Veículo (CRV);
– Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Quanto ao veículo, é importante que não tenha nenhum débito, como multas e atrasos de impostos. Lembre-se de regularizar o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Até porque pode impedir que a titularidade do automóvel seja alterada. Tenha cuidado, porém, com contrato de gaveta, aquele que é feito sem conhecimento do credor.
Ele é um risco eterno para as partes. Desse modo, o novo devedor não tem seu nome ligado ao bem e à pessoa.
Uma dica é só passar a chave do carro ao novo comprador depois que a transferência do financiamento for aprovada pelo banco. Imagine só se a análise de crédito não for aprovada e a pessoa já estiver com o veículo?
Por isso, antes de entregar a chave, tenha certeza da aprovação oficial e que as parcelas serão transferidas sem nenhum problema!
Como é feita a renegociação da dívida?
O ideal é evitar transferir o financiamento do carro para outra pessoa. Portanto, negocie o valor da venda do veículo com o credor.
Mas, saiba que cabe à instituição ou banco decidir se aceita ou não o pagamento parcelado para quitação de débitos.
Sempre que esse acordo é realizado, ele deve ser formalizado em contrato, com cópia entregue ao consumidor. Se o contrato é quebrado, normalmente o acordo é desfeito.
Havendo nova negociação, do total anteriormente devido devem ser subtraídas as quantias pagas e acrescentados os encargos relativos ao período de inadimplência.
A partir do resultado, é feito um novo cálculo para quitação do débito. Afinal, é direito do consumidor, assegurado pelo Código, solicitar o cálculo discriminado do total cobrado.
Essa conta, portanto, não pode conter valores relativos à contratação de escritórios de cobrança ou honorários advocatícios.
No caso do comprador de um veículo ainda em financiamento, é necessário pagar uma taxa de transferência da dívida, variável de R$400 a R$600, a depender do banco.
Outro requisito é ir até o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) para pagar a taxa de transferência do veículo. Os valores mudam conforme as regiões do país.
Qual a importância do planejamento financeiro?
Para evitar a transferência do financiamento do carro para outra pessoa e deixar de usufruí-lo é importante fazer um planejamento financeiro.
Portanto, procure adquirir um carro que caiba no seu bolso, tanto para pagar as parcelas quanto para fazer a manutenção.
Antes de comprar um carro, considere que não é recomendado ter dívidas acima de 20% do seu patrimônio. Isso inclui os valores que você já gasta com o seu cartão de crédito, cheque especial e financiamento imobiliário.
O financiamento do carro ou da moto deverá se encaixar nesse limite. Isso sem considerar as suas despesas fixas com alimentação, moradia, transporte e educação, que devem levar até 50% da sua renda bruta.
Isto é, para um bom planejamento financeiro deve sobrar 30% do que você ganha bruto para gastar com lazer e vestuário.
Além de eventualidades como remédios e gastos com tratamentos médicos, caso sejam necessários, e também para investir e ter retorno financeiro.
Por outro lado, considere o gasto com o seguro do carro. Antes de comprar, consulte três ou quatro corretoras sobre o valor do seguro e a forma de pagamento.
Veja dicas e passo a passo para repassar o financiamento do carro
Transferir o financiamento do carro para outra pessoa pode parecer uma tarefa difícil, que deve ser feita de forma minuciosa e que traz perigos e indecisões.
Mas, se feita com planejamento e seguindo toda a burocracia pode se tornar um processo rápido e favorável, no final. O passo a passo é um pouco chato e complicado, porém necessário se tratando de um assunto importante.
1º passo – você deve começar informando ao banco ou à financeira sobre a sua decisão de repassar o financiamento. A comunicação nesses casos é importantíssima. O financiador precisa saber da sua intenção para ajudá-lo a tocar o processo.
E você não precisa ter receio dessa comunicação. Escolher repassar o financiamento é um direito de todos que operam em parcelar o pagamento do veículo.
Geralmente o que dificulta e faz esse processo ficar demorado são as condições contratuais que diferem de acordo com a financeira, mas que precisam ser respeitadas.
2º passo – você precisa ficar atento aos requisitos para esse processo. Mesmo que seja um direito de todos que contratam, assim que você solicitar o repasse do financiamento será preciso comprovar algumas informações para que o procedimento seja autorizado e realizado.
Os bancos e financeiras cobram dos interessados, geralmente, os mesmos documentos solicitados no ato da compra. Feito isso, seguirá para a parte do levantamento do perfil financeiro com o objetivo de verificar a condição financeira para o pagamento das parcelas.
3º passo – o próximo passo será a regularização de qualquer débito. O veículo que estará sendo envolvido no financiamento não poderá estar com pendências, multas ou atraso. Isso impedirá a troca de titularidade.
4º passo – em seguida, você precisa informar ao novo comprador sobre todas as tarifas a serem pagas por ele, sem ocultar nada – pois corre riscos de travar o processo.
Mas, seja totalmente sincero com a pessoa. Se você está abrindo mão do financiamento por falta de verba, a outra pessoa precisará arcar com esses futuros prejuízos.
Gostou do nosso texto sobre como transferir o financiamento do carro para outra pessoa? Então leia agora mesmo “10 carros que mais desvalorizaram na pandemia” e fique por dentro do assunto!
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