quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Com queda de 9,7% no PIB, Brasil entra de novo em recessão

A pandemia do novo coronavírus encolheu o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre. A taxa de crescimento recuou 9,7% frente ao trimestre anterior e 11,4% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Entre os segmentos, a maior queda foi na Indústria (-12,3%), seguida por Serviços (-9,7%). Já a Agropecuária apresentou variação positiva de 0,4%.

Essa é a segunda queda trimestral seguida e o menor resultado para a economia desde o início da série histórica, em 1996. Os dados do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais foram divulgados na terça-feira, 1º de setembro, pelo IBGE.

No acumulado dos quatro trimestres terminados em julho, houve um recuo de 2,2% sobre os quatro meses imediatamente anteriores.

Em valores correntes, o PIB do segundo trimestre somou R$ 1,653 trilhão. Sendo R$ 1,478 trilhão em Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 175,4 bilhões em Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios.

+ PIB: entenda o que é e como é calculado

Consumo das famílias teve maior queda

O consumo das famílias teve a maior queda no trimestre (-12,5%), grupo que representa 65% do PIB brasileiro. O resultado não foi pior devido aos programas de apoio financeiro do governo federal, como o auxílio emergencial.

“O consumo das famílias não caiu mais porque tivemos programas de apoio financeiro do governo. Isso injetou liquidez na economia”, afirma a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Contudo, esse foi o segundo resultado negativo desta comparação após 11 trimestres de avanço.

PIB aponta para recessão histórica

A economista do FGV IBRE, Silvia Matos, afirma que se o PIB do segundo trimestre apresentar queda de mais de 8%, a economia brasileira regredirá ao patamar do terceiro trimestre de 2009, 11 anos atrás.

A expectativa é de que todos os setores do PIB apresentem números negativos no período, com exceção do agronegócio.

No primeiro trimestre, já houve encolhimento de 1,5%, atingindo nível similar ao do segundo trimestre de 2012. Antes disso, os 12 meses de 2019 vinham crescendo, ainda que lentamente.

Entretanto, não foi só o consumo das famílias que caiu. O consumo do governo recuou 8,8% no segundo trimestre, puxado pelas quedas em saúde e educação públicas.

pib
Produto Interno Bruto (PIB) caiu 9,7% no segundo trimestre de 2020 (comparado ao primeiro trimestre de 2020), na série com ajuste sazonal

A pesquisadora do FGV IBRE, Luana Miranda, acredita numa perda acumulada de 11% nos dois primeiros trimestres do ano.

Para ela, a recuperação a nível pré-pandemia deve ser lenta, ainda que o Brasil consiga sair da recessão técnica já no terceiro trimestre.

“As revisões caminharam para um cenário um pouco melhor no ano e no segundo trimestre. Ainda assim, esperamos que o PIB só retome ao nível pré-crise no segundo semestre de 2022″, avalia a economista da FGV.

Segundo Luana Miranda, a projeção de crescimento é apenas para o ano que vem (2,4%). “De modo a não recuperar nem metade do que foi perdido esse ano”, comentou.

Veja os impactos do coronavírus na economia brasileira aqui!

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